Logo na abertura do discurso, o presidente agradeceu a Collor e ao também senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pela ajuda que têm prestado ao governo no Congresso. "Quero fazer Justiça ao senador Collor e ao senador Renan, que têm dado sustentação ao governo em seu trabalho no Senado", afirmou Lula. Renan, apesar de mencionado por vários participantes do evento, não estava presente.
Alguns minutos depois, Lula voltou a elogiar Collor e até se comparou ao ex-presidente. Ao falar sobre sua afinidade com o povo nordestino, o presidente mencionou Juscelino Kubitschek e incluiu Collor na equação. "Não era habitual neste País os presidentes percorrerem o Brasil. Além do Collor que é de Alagoas, o único presidente a vir aqui foi Juscelino Kubitschek."
Já ao dizer que seu governo não define investimentos de acordo com a filiação política dos governos regionais, o presidente completou: "Antes, em vez de se governar, fazia-se a política do compadrio". A fala, nesse caso, complementou o discurso do governador Teotônio Vilela, do PSDB, que não economizou afagos a Lula. Ao encerrar seu discurso, Teotônio disse que faria o mesmo que sempre faz na ausência do presidente e pediu uma "salva de palmas".
Collor não teve direito a fala durante a cerimônia, organizada para a inauguração de uma adutora na região. Ainda assim, teve uma cadeira na mesa de autoridades. Ao ser anunciado, mandou abraços e beijos para a plateia, em agradecimento aos aplausos.
Coube a um jornal local fazer campanha em favor do senador. Durante a cerimônia, o jornalista Geovan Benjoino distribuía entusiasmado a Tribuna Popular. Na capa, uma enorme foto de Collor, acompanhada da manchete: "Presidente Lula da Silva apoia Collor de Mello para governo de Alagoas". No interior, a reportagem dizia que Lula trabalha nos bastidores para lançar Collor. "Lula age discretamente para não provocar ciúmes em grupos políticos aliados", diz o texto.
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