8 de setembro de 2009

Pesquisa registra queda de popularidade de Lula com crise política e gripe

Uma pesquisa da CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira, aponta para uma queda de 4,7 pontos na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro, chegando a 76,8%.

A principal razão para a queda, segundo o estudo, está na má percepção da população sobre o sistema de saúde, diante da disseminação da gripe suína.

As recentes crises políticas, envolvendo o presidente do Senado, José Sarney, e uma suposta reunião entre a então secretária da Receita Federal, Lina Vieira, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também afetaram a imagem do presidente, de acordo a pesquisa.

No levantamento anterior, realizado em maio, a aprovação ao presidente Lula chegou a 81,5% - sugerindo uma percepção mais positiva em relação à crise financeira internacional.

Para a pesquisa divulgada nesta terça-feira, foram entrevistadas 2 mil pessoas das cinco regiões do país. Elas responderam se "aprovam" ou "desaprovam" o desempenho do presidente Lula.

O levantamento também mostra que houve um aumento na parcela da população que "desaprova" o presidente: o índice subiu três pontos, para 18,7%.

Apesar da piora, o presidente Lula segue com uma popularidade significativa. Pela pesquisa Datafolha, mais antiga que a Sensus, a aprovação máxima atingida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em seu governo foi de 47%.

Crises

O agravamento da crise financeira chegou a ter um impacto negativo sobre a popularidade do presidente Lula, mas passageiro.

Em março, a aprovação ao presidente havia caído 7,8 pontos, para 76,2%. Na pesquisa de maio, porém, o presidente já sinalizava uma recuperação, ganhando 5,3 pontos.

Lula chegou, inclusive, a atingir o recorde de sua popularidade (84%) no auge da turbulência financeira, em janeiro.

Mas, se por um lado o governo parece ter se livrado do fantasma da crise financeira, agora se vê prejudicado pela crise política.

"Tanto o governo como o presidente Lula estão arcando com o ônus das crises políticas. Tivemos, nos últimos meses, uma pauta continuamente negativa, com os efeitos Lina-Dilma e Senado", disse Ricardo Guedes, coordenador da pesquisa.

Segundo o levantamento, 41,5% dos entrevistados têm conhecimento da discussão que colocou Lina e Dilma em lados opostos. Dentre essa parcela, 35,9% acreditam na versão da ex-secretária da Receita, enquanto 23,6% acreditam na ministra.

De acordo com Guedes, a aprovação ao governo Lula caiu principalmente entre as mulheres mais escolarizadas das regiões Sul e Sudeste do país.

Dilma

A crise política também prejudicou o desempenho da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na pesquisa eleitoral da CNT/Sensus também divulgada nesta terça-feira.

Em um cenário de segundo-turno com o governador de São Paulo, José Serra, a ministra teria 25% dos votos, contra 28,7% no levantamento anterior. Trata-se da primeira queda de Dilma fora da margem de erro, que pode variar de 1 a 3 pontos percentuais.

Nesse mesmo cenário, Serra aparece com 49,9% das intenções de voto, praticamente o mesmo nível da pesquisa anterior (49,7%).

A pesquisa divulgada nesta terça-feira traz, pela primeira vez, cenários envolvendo a senadora Marina Silva, que deixou recentemente o PT para se filiar ao PV, partido que lhe ofereceu a candidatura presidencial.

Em um cenário de primeiro turno com Marina, Serra teria 39,5% das intenções de voto, Dilma, 19%, Heloísa Helena, 9,7% e Marina, 4,8%.

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